junho 2011


manhã difícil de acordar
um pão dormido moído entre dentes
mastigar renitente e fatigado
mais um dia… mais um
de outra forma, me seria tal qual irritante
não varrem-se os dias para debaixo da noite
e nem um sorriso causa a reflexão automática do meu

manhã já corre pela metade
imploro, num resmungo – entredentes
pela noite que não vem
mas para quê? para quê?
para que chegue, em noturnas horas
a angústia de outro dia?

os olhos lacrimejam
saudades?
ausências?
solidão?

esfrego bem
a vermelhidão me assola
as narinas incomodam

não, dessa vez não
é apenas a rinite
o peito não dói não