havia um retrato na sala que quem era ninguém mais lembrava. o avô não mais falava. a avó não mais estava. a filha mais velha não perguntava. o irmão mais novo não se importava. o neto ainda engatinhava. e a cor já desbotava.
outubro 2015
Monthly Archive
27 outubro 2015
27 outubro 2015
de vão em vão
os pensamentos se dissolvem
o que esperar de dias mornos?
lá fora é alvoroço
as balas rasgam o ar,
peitos e sonhos
do ar o sibilo, dos peitos o sangue,
dos sonhos a esperança
conduzo meus pensamentos
entre estradas ermas de árvores por florescer
– mas as flores nunca desabrocham –
7 outubro 2015
me fecho em outonos fora da estação
invólucro-fruto,
amadureço, agridoce,
enquanto guardo sementes do amanhã