Saudades dos castelos de areia
Da defesa das fortificadas torres
Das mãos erguendo muralhas
Das noites cavando fossos
Dos sorrisos a cada vitória
Dos abraços a cada derrota
O mar, as ondas – impassíveis
Arrastam todas as construções
Mas as lembranças, as saudades
Essas não se destroem
Apenas se diluem
Em meio a tantas e tantas outras
Lembranças, memórias e lágrimas
setembro 2011
29 setembro 2011
26 setembro 2011
Eu tinha uma pressa
– Mas era uma pressa muito fodida –
De chegar a algum lugar
De tanta pressa, de tanto caminhar
Eis que cheguei
E eis que nada havia
Que não houvesse d’onde parti
Ou por onde passei
E agora, não tenho mais aonde ir
Nem por onde passar
Nem pra onde voltar
Só me resta a pressa fodida
Que angustia meu caminhar
26 setembro 2011
Uma alma bélica
Em frágil margarida
Não se embeleza em pétalas
Não se explode em disparos
26 setembro 2011
Mãos ansiosas
Pesadas e desajeitadas
Pés tortos
Insistentes em tropeçar
Uma bússola
Que não aponta para o norte
Uma boemia de fachada
Sem cigarros, tragos ou orgias
E uma alma cheia
De amores vazios
É o que foi rabiscado no tempo
E que não há como apagar