vôo rasante
pleno
distante dos montes
vôo rasante
sereno
mirando o horizonte
vôo rasante
denso
corpo que some
em suave manhã
26 março 2012
vôo rasante
pleno
distante dos montes
vôo rasante
sereno
mirando o horizonte
vôo rasante
denso
corpo que some
em suave manhã
26 março 2012
caminhos que divergem
laços que se desfazem
fotografias apagadas
cartas desbotadas
o vento que sopra suave
agitando as janelas
sussurra nomes
surdas palavras
foi apagando os nomes
que se percebeu sozinha
entre quadros – velhas gravuras
pedaços retorcidos de ferro
e a coleção de livros de arte
o velho apartamento
brilhava solitário
no esquálido crepúsculo
de uma tarde sem tempo
sua alma outrora envaidecida
agora adensava-se
ante o delírio angustiante
do imenso vazio do viver
20 março 2012
Vem coisa bonita no mundo
– Vem mundo, se faz bonito
Pra receber o que de belo há por chegar
Te faz gracioso, te livra de tuas mazelas
Te veste mãe, te faz pai zeloso
Recebe do ventre teu novo filho
19 março 2012
desconstruindo ela
peguei-me pensando em seus defeitos
seu sorriso sem graça
suas ideias conservadoras
seus planos fúteis
e sua maquiagem abusada
desconstruindo ela
peguei-me mentindo,
antes e depois,
uma grande querela
15 março 2012
tua morenice
pele menina
riso distante
espalha nos dias
um hálito fresco
chocolate-menta
que a boca, faminta
deseja alcançar