ostra
sem pérola
ostra
sozinho
cismo
no mar
esquecer
esquecido
ostracismo
ser
20 maio 2011
22 dezembro 2009
O Vício Alimenta a Alma (ou Dias Sem Vida III)
Posted by gaio under poesia, ser, solidão | Tags: niilismo, ser |1 Comentário
O vício alimenta a alma
Que se debate, violenta, contra as paredes
Paredes de vidro, vidro fosco
Um vidro escuro, que filtra a luz
Deixando cega a alma
22 dezembro 2009
Nas Ruas, Nos Bares (ou Dias Sem Vida II)
Posted by gaio under poesia, ser, solidão | Tags: niilismo, ser |Deixe um comentário
Nas ruas, nos bares
Vejo rostos sorridentes, com olhos amargurados
Vejo corpos sedutores, com almas embotadas
Pouco resta de sincera alegria
O vício é o alimento da alma
Dias vazios nos perseguem
Questiono-me do que já foram preenchidos
A memória não ajuda
“Em que ponto da estrada errei o caminho?”
Persigo a noite, escondendo-me da luz
A luz que insiste em mostrar que há algo errado no caminho
Vejo rostos sorridentes, com olhos amargurados
Pouco resta de sincera alegria
O vício é o alimento da alma
Dias vazios nos perseguem
Questiono-me do que já foram preenchidos
A memória não ajuda
“Em que ponto da estrada errei o caminho?”
Persigo a noite, escondendo-me da luz
A luz que insiste em mostrar que há algo errado no caminho
22 dezembro 2009
Transbordo Tristezas (ou Dias Sem Vida I)
Posted by gaio under poesia, ser, solidão | Tags: niilismo, ser |Deixe um comentário
Transbordo tristezas
Do transbordo, vertem minhas dores
Mesquinhas, irresolutas
Os dias não me ensinam
Apenas me matam – lentamente
Minha garganta ensaia um nó
De amargura e solidão
São passos cada vez mais incertos
Com uma arrogante cara de tédio
Vestindo no rosto a imagem de um rei
O espelho não mostra o que se debate em meu peito
29 setembro 2009
um passinho passado,
um passado de cada vez
descompassado passo
passagens que deixei
28 junho 2009
senhora tentação (título provisório)
Posted by gaio under crônicas, humanidade, ser, solidão | Tags: niilismo, ser |Deixe um comentário
Parei e olhei, ao longe, a forma ofuscada pelo sol. A forma não revelava mais que a infinita distância incompreendida entre meus passos e aqueles passos. Seguia-a. Não sabia porquê. Mas a seguia. Difícil compreender essas atitudes insanas, impensadas. Seria eu um tolo em perseguir uma forma que, num impulso, num lapso de insensatez, me causava desejo, me atraía e, pouco a pouco, guiava-me para lugares inimagináveis? As consequências eram imprevisíveis, bem sabia eu. A razão não me abandonara de todo, logicamente. Pentelhava-me a cada esquina dobrada, a cada parada de ônibus. Sim, porque a perseguição não se dava de forma contínua, nem unicamente neste dia. Já há muito tempo que a via passar e, distraidamente, me pegava a persegui-la, sem mais nem porquê. Para que os porquês? De fato, nem sei exatamente quando essa perseguição começou. Momentos houve em que cansei de persegui-la, de buscá-la em meio à multidão de formas. Essa forma. Essa forma que vos digo. Não tem rosto. Não tem nome. Não a conheço. Mas ela me conhece, isso eu sei. Sei porque sinto o seu perfume pretérito quando passa e me ponho a persegui-la. Naquele exato momento em que, apenas de costas, de forma embassada, onde mal consigo perceber alguns traços de sua feição, ela derrama todo seu mistério e preenche um vazio que me atormenta e me aflige. Seria essa a razão para tamanha obsessão?
Nunca fui dado a essas loucuras, à impulsividade. Perdido em meio ao vácuo existencial, a razão sempre imperou como senhora dominadora, mãos-de-ferro da minha forma de agir e, quiçá, sentir. Mas esse vazio sempre foi um incômodo. E agora esse acontecimento estranho, essa percepção fugaz, essa forma indecorosa e invasiva que me toma e me encanta, tal qual a canção dos dias vividos que não vivi. Onde irei parar com essa história? Onde me levará essa senhora, inalcançável por minha timidez ou insegurança? Olho ao redor, mais uma vez estou só. Mais uma vez o vazio. Enquanto devaneava nesse caderno velho, ela mais uma vez sumiu. Entre as formas que transitavam na calçada em frente, entre o vendedor de quinquilharias e o moleque que passava a correr.
Para onde vou?
(deve continuar em breve…)
27 março 2009
perdeu a fala
o dom da fala
hoje, catatônico
mil vozes falam por si
e todas balbuciam
a dor e o prazer
– de viver
16 dezembro 2008
e, embora pareçamos andarilhos sem rumo
um dia veremos que apenas crescemos o bastante
a ponto de não enxergarmos mais as raízes que
ora nos prendem, ora nos alimentam
10 dezembro 2008
diálogos com a morte
Posted by gaio under conversas infindaveis, morte, ser | Tags: morte, niilismo, ser |Deixe um comentário
ele: é isso!?
ela: sim, é…
ele: tem certeza?
ela: não, mas… é o certo, não é!?
ele: não sei… diria que não… mas você me confunde…
ela: se não for, descobriremos.
ele: poderá ser tarde.
ela: já é tarde.
ele: sim… é.
ela: então… vamos?
ele: …
ela: bom, posso te deixar aqui, por mais um tempo, ruminando rumores e humores…
ele: hum…
10 dezembro 2008
andarilho da estrada que leva ao nada
enxerguei no caminho saídas tangentes
entrando em umas
desvencilhando de outras
segui em frente
hoje vejo que todas aquelas saídas
convergem para a mesma estrada
a estrada que leva ao nada